terça-feira, 2 de novembro de 2010

Casa de Ferreiro, espeto de pau

Todo mundo tem uma história com esse tema para contar, inclusive eu.
Sou fisioterapeuta, acupunturista e espiritualista. Adoro estar ao ar livre, me revigoro com uma caminhada nas Paineras com direito a banho de ducha, comer uma tapioca na saída do metrô, passear no Aterro do Flamengo com a minha cadelinha, meditar, comer bem, enfim, curtir a diversidade da vida pelo jeito carioca.
De dois em dois anos faço, literalmente, mudanças na minha vida. Adoro procurar apartamento, escolher móveis novos, quebrar uma parede aqui e pintar a outra lá, e minha história se complica nessa minha vontade.
Nos meados de 2009, sem vistas para um apartamento novo, resolvi que precisava de um consultório novo, meu local de trabalho estava obsoleto, montei uma estratégia e fui realizar meu desejo.
A negociação para a sala nova demorou uns seis meses e a entrega das chaves coincidiu com uma viagem de duas semanas para Fortaleza e Natal que não poderia ser adiada, estava programado a mais de oito meses participar de um Congresso Internacional de Fisioterapia e de tirar minha segunda férias desde que me formei em 2002, e aí, começa a história do meu estresse.
A obra da sala que abrigaria meu futuro consultório foi postergada. Primeiro fiz consulta com vários empreiteiros, recebi diversos orçamentos, mas dúvidas me pertubavam, então, dei um passo para trás e contratei um arquiteto para fazer o projeto e nisso foi-se um mês.
Projeto pronto, orçamentos refeitos e empreiteiro escolhido.
Acreditei no empreiteiro que disse que me entregaria o consultório pronto em 20 dias, afinal, ele estava acostumado a trabalhar para o comércio - terrível engano, a obra foi finalizada com pelo menos quarenta dias de atraso e muitos reais a mais além do acertado. Isso foi motivo de muitíssimo estresse, daqueles que vc fica com o corpo todo dolorido, ombros parecendo pedras, sono intermitente, olho fundo e rugas delineadas.
Com a mente obscurecida pelos problemas da obra  e conseqüente ansiedade, meu tempo foi desviado para um único assunto o que me levou a uma rotina ainda mais desgastante. Conclusão, deixei de lado programas, hábitos saudáveis para viver num círculo vicioso de obra-trabalho-obra-casa, sem espaço para o lazer, família, o outro assunto que não fosse a obra.
Foram basicamente mais três meses que esqueci quem eu era e qual era a minha missão nessa existência, esqueci do meu discurso holístico, de equilíbrio entre o pessoal e profissional, até que a dor me lembrou que havia comprado uma massagem nesses sites de compra coletiva.
Marquei minha sessão e por uma hora eu não pensaria nos problemas. Além de esquecer o porquê de estar tão acabada, renovei e expurguei as cargas de preocupação que pesava meu corpo e de irritação que intoxicava minha alma. Maravilha! Eu conseguia sentir meu corpo em equilíbrio, leve, harmonioso, minha mente se clareava e apaziguava com o sentimento de bem-estar crescente.
Naquele dia, voltei ao trabalho mais feliz e quando cheguei em casa só recebia elogios ao  meu estado de felicidade.
O estresse constante atrai pensamentos negativos e atitudes destrutivas, se não temos hábitos saudáveis para combatê-lo e postura otimista, somos contaminados. O pensamento é uma força muito forte, mas se nos desequilibramos por um momento, um simples ato de amor, respeito, com o nosso corpo pode religar nosso mecanismo de homeostase, a massagem liberou a energia estagnada do meu corpo que despertou a minha mente para os pensamentos positivos. Voltarei a minha rotina de receber massagem, assim como aqueles que recorrem a mim o fazem.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Congresso Internacional de Terapia Manual


Participar do IV Congresso Internacional de Terapia Manual, durante os dias 12 a 15 de maio foi uma bomba de ânimo. A qualidade das palestras foi de muito boa para excelente.
A pesquisa que mais me chamou atenção foi a da Microfisioterapia, uma técnica complementar, que visa diminuir as impressões emocionais que o sistema músculo-esquelético guarda. O interessante, não foram os argumentos, mas as pesquisas científicas sobre o tema. Somando a isso o conceito de que a dor crônica é oriunda do cérebro e não da estrutura danificada. A informação que temos da intensidade dor, da experiência da dor é gravada no cérebro e repassada para a estrutura. Isso muda muito o modo de tratar a dor crônica.
A estrutura deve ser tratada, mas o paciente deve se comportar de forma mais ativa no tratamento, já que a cura depende de como ele percebe essa dor.
Outro estudo científico mostra a importância do foco do terapeuta manual, sua intenção de tratar e de entrar em ressônancia com o paciente para quebrar os padrões de desequilíbrio do mesmo. Exatamente o que os antigos mestres de acupuntura falavam aos seus discípulos. É a medicina ocidental ratificando a medicina tradicional chinesa.
Até o final do ano tem muito artigo científico para ler, já estou com pelo menos 3 livros em cima da mesa Tenho muito dever de casa.