quarta-feira, 27 de julho de 2011

O que se fala das dores nas costas - Parte II

"Saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doenças."  
Bom, pelo menos é isso que a Organização Mundial de Saúde tenta divulgar desde 1946 e é a nossa introdução para entender as Bandeiras Amarelas da Lombalgia Crônica Não-Específica. 

O sistema nervoso identificou um evento interno ou externo ao corpo que alterou a integridade da homeostase.
Nossa homeostase, ou bem-estar, depende dos domínios que resultam na nossa qualidade de vida, são eles: integridade física, psicológica, social, ambiente, nível de independência e espiritualidade.
Então, um indivíduo que sente dor tem assuntos pendentes em algum domínio, se o episódio não é debelado no início, em até 6 semanas, essa pendência aumenta para outro domínio e após 12 semanas torna-se mais difícil a homeostase, temos um problema crônico.
Assim, quanto maior a cronicidade da dor nas costas menor será a qualidade de vida.

Se na avaliação do fisioterapeuta as bandeiras vermelhas foram excluídas, o fisiodiagnóstico identificado e a conduta terapêutica realizada, mas mesmo assim o cliente não melhora, ou melhora pouco, é hora de se atentar para as Bandeiras Amarelas.

Bandeiras amarelas são os fatores psico-sociais que aumentam o risco de desenvolver ou perpetuar a dor crônica, são elas:

1.      Crença que atividade física é prejudicial
2.      “Comportamento de doente” (prefere descansar)
3.      Mau humor, depressão, retirada social
4.      Procura por tratamentos alternativos, com baixo nível de evidências científicas
5.      Acredita que deve ser ressarcido
6.      Possui um histórico pregresso de dor nas costas, licenças do trabalho e outras queixas
7.      Insatisfação no trabalho, problemas com colegas ou superiores
8.      Trabalho pesado ou demasiado, falta de lazer
9.      Falta de apoio familiar ou superproteção

Podemos sintetizar da seguinte forma:

 - Crença que a dor nas costas é altamente prejudicial e incapacitante
 - Comportamento de fuga (ex.: evita um movimento ou atividades pensando que evitará a dor)
 - Comportamento supressivo (ex.: ignora a dor para finalizar a atividade)
 - Tendência à depressão e reclusão
 -  Expectativa de que os tratamentos passivos ajudarão mais do que os que exigem participação ativa

Um indivíduo pode ser considerado em risco para desenvolver cronicidade da dor se apresentar uma bandeira amarela mais evidente, ou várias bandeiras com pouca intensidade, mas que podem se acumular.

Nesse caso um tratamento cognitivo-comportamental será indicado, mudanças nos hábitos de vida serão estimuladas.
Na próxima parte os tratamentos para dor aguda e crônica nas costas serão apresentados.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

O quê se fala das dores nas costas - I

Livre tradução e comparação de instruções gerais para o tratamento das dores cervicais e lombares.


Fontes: Guidelines Neo-zeolandês, Europeu e Americano


Triagem - onde ir primeiro?


Quando o assunto é dor, o caminho para solucioná-la é variado. O cliente pode optar pelo profissional de sua preferência, mas existe um item - " Red flags" ou Bandeiras Vermelhas - que os fisioterapeutas encaminham seus pacientes para emergência ou atendimento com um especialista médico. Se você apresenta uma desses sintomas ou sinais e está com dor nas costas, esteja atento e vá direto para seu médico porque provavelmente sua dor tem origem numa causa sistêmica.
  • História recente de câncer
  • Dor em espasmo, cólica
  • Perda de peso repentina
  • Febre
  • Retenção urinária
  • Trauma significativo
  • Fraturas recentes
  • Uso de drogas intravenosas e esteróides
  • Dor severa e constante à noite
  • Dor que piora dormindo
  • Pacientes acima de 50 anos